sexta-feira, 8 de junho de 2007

"EU SEM VOCE


Esse texto foi agregado à Antologia "TALENTO DELAS" no novo lançamento da REBRA: REDE BRASILEIRA DE ESCRITORAS , da qual sou Membro e Representante para a França.
Homenagem às mulheres no dia Internacional da Mulher. 08 de março de 2007.


EU SEM VOCE
«Existem amores e existe um amor especial, apenas uma vez em nossas vidas.
Este tipo de amor pertence ao Céu, é incondicional e ele será para sempre, como uma marca cósmica, uma infinita lágrima de alegria e um abraço sem fim! O difícil é descobri-lo, discerni-lo, em meio às tempestades do nosso coração”.Autor Desconhecido

Esse texto é uma homenagem ao amor, as mulheres e aos amantes que nasceram para proporcionar momentos mágicos em nossas vidas, principalmente aos que verdadeiramente amam e respeitam a nossa estória e a nossa ambigüidade entre; força e fragilidade, sonho e realidade.
Das rainhas às amazonas guerreiras, das presidentes, às ministras, das professoras às artistas, das escritoras às jornalistas, das cientistas às simples assalariadas Marias, mulheres e mães que se realizam através da família e do nobre trabalho. No seu corpo, a responsabilidade da maternidade, da sensualidade e sexualidade.
Na incessante luta em busca de Paz, Amor e Dignidade!
Mulheres que lutam ferozmente contra todas as formas de discriminação, violência, prostituição, submissão e exclusão, almejando a Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Dedico esse texto às mulheres que ainda não desfrutaram da essência de serem verdadeiramente amadas, respeitadas e nem tão pouco descobriram o que é transcender nos braços do seu amado.
Vou iniciar esse texto, parafraseando Balzac: “O amor é a poesia dos sentidos. Ou é sublime, ou não existe. Quando existe, existe para todo o sempre e aumenta cada vez mais”.
O amor é poesia, mas a vida sem ele o que é?
Nice Cote D’Azur, sob um sol incandescente no Castel Plage, admiro o mar azul turquesa.
Deitada numaespreguiçadeira contemplo o horizonte e meus pensamentos vagueiam através do ruído das ondas que batem docemente nas pedras.
O meu corpo bronzeado vibra com essa atmosfera ensolarada.
Somente o sol e o amor nos transmitem essa força, nos enobrecem e nos incitam a trilhar novos caminhos. O amor nos transforma, nos envolve e nos transcende.
Tenho um pensamento especial ao Moliére que traduz nesse exato momento o meu estado de espírito: ”O amor é um mestre admirável que nos ensina a sermos o que nunca fomos; e muitas vezes com as suas lições, mudam completamente num instante, os nossos costumes”.Através desse amor, mudaram os meus costumes, minha educação e minhas intransigências.
Esse amor foi um estimulo e um grande desafio, que sofreu tempestades sem nunca se abalar. Com ele atingi uma elevação espiritual, a maior revelação da minha vida.
Faço um brinde ao amor, que ele “seja eterno enquanto dure”. “O amor só é verdadeiro quando sofre, perdoa e tem saudade”.
O verão francês atinge 40 graus.
A sensação deliciosa de pertencer à natureza reaviva a minha memória.
Sonho porque sonhar é amar, é renascer, é viver. Vivo dos sonhos, das imagens do nosso amor vivido. O tempo passou e hoje vivo sem os seus beijos, sem o seu olhar mágico, capaz de me embriagar no calor de seus abraços.

Vivo sonhando de olhos abertos, imaginando o que seria essa longa viagem com você ao meu lado.
O sol aquecendo o meu corpo quase nu me faz sentir as mesmas emoções, quando você me despia e beijava o meu corpo inteiro.
Descendo lentamente sobre os meus mamilos sugando com paixão, como se desejasse voltar ao ventre materno.
As imagens desse amor impossível continuam desfilando.
Agora me fazia descobrir outras sensações mais fortes, ao tocar com a língua no meu sexo, me explodia de prazer.
Você me contemplava com olhar profundo e silencioso tão voraz quanto um cão faminto.
Volto à realidade, termino a taça de champagne, olhando em direção ao Porto onde contemplo alguns barcos que parte em direção à Córsega.
Deixo o meu corpo flutuar, sem controlar os pensamentos e as emoções.
Revejo uma das mais belas cenas de amor.
O contato dos seus dedos, percorrendo a minha espinha dorsal me eletrizava. As suas maravilhosas mãos de veludo, tinham a destreza de um pianista erudito.
Os seus lábios carnudos me lambiam e eu me contorcia de volúpia e de prazer.
Os lençóis amassados, os travesseiros espalhados pelo chão, o seu corpo no meu corpo, minhas entranhas dilaceradas, a sua boca continuava me beijando com total devoção.
O ambiente impregnado do nosso amor. Abraçados, perdíamos totalmente a noção do tempo e do espaço. Sentia uma sensação indescritível, parecia que ia desmaiar ou morrer de amor!
Os nossos corpos suados e extasiados, agora buscavam um momento de repouso.
Com lagrimas nos olhos, eu disse a você!
- Meu doce amor, agora eu sei o que é o amor! Já posso dizer que amei e me senti verdadeiramente amada.
- Já posso morrer! Descobri o significado da palavra transcender de paixão, de amor e prazer, nos braços do amado. Com você conheci tudo: amizade, amor e cumplicidade.
No descanso do guerreiro, me envolvendo completamente o meu corpo, como se desejasse me proteger.
Sussurrava em meus ouvidos:
- “Bonequinha você merece! Nem todas as mulheres sabem realmente o que significa transcender no ato do amor”.
Acariciando os meus cabelos, afagando a minha nuca, me falava de uma forma pausada e quente!
- “Eu sou um homem feliz, porque vejo a felicidade estampada em seus olhos, no seu sorriso, na sua pele doce, cheirosa e macia”.
De novo estava sonhando com os olhos abertos! Olhei o relógio e vi que faltava apenas três horas para pegar o avião de volta a casa.
As férias chegavam ao seu final.
Uma longa viagem profissional me levaria de volta ao local do nosso primeiro encontro.
Só de pensar em você me arrepiei.Uma voz aveludada acariciou o meu ouvidos com a musica de Tom Jobim e Vinicius de Morais ”… Tristeza não tem fim, felicidade sim…”. Essa obra prima me dava loucas saudades desse grande amor vivido. Com o cheiro do seu perfume ainda na minha pele, tive a sensação de que você também jamais se esquecera de mim.
Eu vivo para o amor, eu vivo por amor, eu vivo por você!
Diva Pavesi


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